Sumário
As inscrições para a 64ª edição do Prêmio Jabuti 2022 estão abertas.
Nesta edição será concedido um desconto de 10% para todas as inscrições realizadas entre as 12 horas de 29 de março de 2022 até as 23 hs 59 (Horário de Brasília) de 27 de abril de 2022.
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Como participar do Prêmio Jabuti 2022
Antes de iniciar a inscrição, leia atentamente o Regulamento de 2022 ou baixe o arquivo PDF
Realize seu cadastro no Portal de Serviços CBL acessando www.cblservicos.org.br/premio-jabuti
Sobre o Prêmio Jabuti 2022
Ao longo dos seus 64 anos, o Prêmio Jabuti 2022 passou por transformações.
Em 2004, ocorreu a primeira grande cerimônia, realizada no Memorial da América Latina, local onde se repetiu a celebração em 2005. Logo depois, a grande festa do livro do Brasil ganhou um dos espaços mais nobres da capital paulista, a Sala São Paulo.
De 2014 a 2019, o evento foi realizado no Auditório Ibirapuera Oscar Niemeyer, em São Paulo.
Referência entre os prêmios literários do país, o Prêmio Jabuti 2022 é patrimônio cultural. Há anos, ele amplia os feitos da indústria editorial e o alcance da cultura literária nacional.
Por isso essa edição do Prêmio Jabuti 2022 se mantém relevante para premiados(as), editoras e agentes de cultura porque desde sua criação, em 1958, distingue ininterruptamente obras e autoras(es).
Não obstante todos os dramas enfrentados da 1ª à sua 64ª edição —, o Prêmio constitui uma biblioteca onde podemos nos ler. O título de Personalidade Literária, a cada ano, celebra as figuras fundamentais da arte e do pensamento em um país ávido por inclusão e representatividade.
Realizado há mais de seis décadas, o Jabuti se empenha em iluminar o que de mais significativo se produz em seus quatro eixos — Literatura, Não Ficção, Produção Editorial e Inovação.
Nesta 64ª edição, mais uma vez, o Prêmio Jabuti 2022 nos dará um instantâneo dos dilemas e possibilidades de nosso tempo na perspectiva de quem pensa o Brasil.
Ao celebrar o centenário da Semana da Arte Moderna de 1922, vale lembrar os vínculos do Jabuti com o modernismo e o nacionalismo, com a valorização da cultura popular brasileira e o reconhecimento de todas as nossas raízes, com destaque para as heranças indígenas e africanas.
Daí surge o conceito visual para a 64ª edição do Prêmio Jabuti.
Ele ultrapassa a noção de “conceito” e se veste do arrebatamento de um “manifesto”. Há convicção de que Silvio Romero, Mário de Andrade, Monteiro Lobato e Luís da Câmara Cascudo e todos e todas que produziam literatura e arte, nos dariam as mãos nesse passeio do Jabuti pela expressão mais contemporânea da cultura popular na arte: o grafite.
Por esses motivos, para celebrar o prêmio e ainda evocar a Semana de Arte Moderna em sua perenidade, chegou-se ao conceito do grafite e à sua onipresença nos espaços públicos, capturados por suas formas, hoje claramente regionalizadas, de manifestação artística, democrática e popular.
O grafite é inscrição feita em paredes. Seu ressurgimento na Nova York dos anos 1970 se deu pela sensibilidade aguda de jovens afrodescendentes, porto-riquenhos e demais latinos que circulavam pelo Bronx.
Para esta edição do Prêmio Jabuti 2022, foram convidados e aceitaram levar o Jabuti para passear em meio à arte e aos anseios populares Raiz [Raí Campos] (Amazonas), Tereza de Quinta (Acidum Project, Ceará), Rafael Jonnier (Cuiabá), Ciro Schumann (São Paulo) e Marcelo Pax (Rio Grande do Sul), representando cada região geográfica de nosso país.
Imprimem eles ao Prêmio técnicas, traços e conceitos nos quais veem-se também o popular e o histórico entremeados, pulsando por baixo de cada pincelada.
É esse o momento em que o conceito assume o tom de manifesto visual. Ele exprime discordância plástica com uma realidade sempre agônica e traz para a cena conflitos, violência, opressão, assim como rumos de reação. Ao refletir o que se passa nas ruas, o Jabuti, pela expressão dos grafiteiros e grafiteiras que gritam nas paredes de todo o Brasil, aponta à literatura o tom, o diapasão.
A Roma antiga, Nova York, Berlim, o eixo Rio-São Paulo, a Amazônia, o Centro-Oeste, o Nordeste, o Sul, as artes, a música, as técnicas e a literatura são o nosso manifesto antropofágico contemporâneo, com todas as suas implicações e consequências. O grafite brasileiro já corre mundo. O Jabuti quer ver o mesmo acontecer com nossas literaturas.
Daí vem o que se vê na 64ª edição: o reconhecimento de que o grafite se insere na cultura brasileira como uma atitude antropofágica capaz de mover o pensamento e as artes. A intenção é levar ao grande público a voz de outras centralidades, de extrema densidade criativa, estética e de conteúdo – negras, femininas, indígenas e de gêneros diversos.
A escolha decorre da necessidade estratégica de fazer o Prêmio Jabuti chegar a todos, em especial aos jovens, de fazê-lo furar a bolha pela inclusão de linguagens e expressões criativas de todas as regiões do Brasil. E o intento é cumprir o imperativo de desenvolver um olhar contemporâneo, afeito aos desafios e antecipador do futuro.
Cem anos depois da Semana de Arte Moderna de São Paulo, o Prêmio Jabuti se veste do grafite urbano. Sabemos que não é sem consequência nossa aceitação dessa arte nascida do popular, democrática e reivindicatória. Vamos celebrar a produção editorial brasileira a modo de manifesto pela liberdade de expressão, pelo direito à convivência de todos os olhares. Ao fazê-lo, a Câmara Brasileira do Livro e o Prêmio Jabuti 2022 assumem o reconhecimento da arte do grafite como expressão cultural e artística de valor transformador da contemporaneidade, capaz de evocar, mirando o futuro, a urgência inarredável da inclusão e da interação. Afinal, somos o “prêmio de todas e todos para todos e todas!”.