Carimbo de data/hora de busca (QID)

Recentemente, o colega João Fagundes postou um artigo neste site sobre os links da Amazon e como diminuir os riscos de remoção de uma avaliação, resenha ou comentário.

Embora seja correto afirmar que é melhor usar um link que contém apenas o ASIN do ebook (algo como: www.amazon.com.br/dp/ASIN), o artigo contém algumas incorreções em quase todos os fatos técnicos.

As UR’Ls da Amazon não identificam a pessoa que fez a pesquisa, portanto a Amazon não usa os links de entrada como critérios para remoção de avaliações. O valor de qid= em uma URL não ajuda a distinguir uma conta de usuário de uma outra.

Embora existam razões para usar uma URL “limpa” da Amazon nos links do seu ebook, a possível identificação de sua conta de autor na Amazon (como a fonte do link) não é uma delas.

Por que você deve usar uma URL limpa

As URL’s longas estão sujeitas a erros que podem quebrar o link.

Certos caracteres, como espaços e o “E” comercial (&), podem precisar ser codificados para que a URL seja analisada corretamente.

Além disso, você pode não ter como obter a URL inteira. É muito trabalho. Mas não é porque a Amazon está usando um qid= para identificar a pessoa que criou o link (como afirmou o João Fagundes).

Uma URL da Amazon é uma maneira ineficiente de inferir relacionamentos

É improvável que a Amazon esteja usando strings de entrada de URL’s de terceiros (por exemplo a do seu site, do Facebook etc.) para descobrir quais avaliações são suspeitas.

A Amazon, certamente, está interessada em links de entrada, mas não como pensa o João Fagundes em seu artigo.

Análise de URL’s para essas informações seria uma maneira estranha e ineficiente de obter essa informação, especialmente quando sites como o Facebook, por exemplo, tornam mais fácil fazer a mineração de dados muito mais relevantes.

O verdadeiro problema

A Amazon identifica relacionamentos entre o autor de uma avaliação e um autor de um ebook como razões para remover tais avaliações ou comentários. Melhor dizendo, a Amazon “percebe um relacionamento pessoal próximo” ou “um interesse financeiro direto ou indireto.”

Para estabelecer esses relacionamentos, a Amazon precisa conectar uma determinada conta da Amazon com uma ou mais contas externas.

E assim (você pode pensar), é claro, um link em um site de terceiros (como o Facebook) é uma coisa externa que pode criar um relacionamento. Contudo, cliques de links seriam uma maneira notavelmente ineficiente de obter essa informação.

Um link em seu site, no Facebook, no Twitter ou no Pinterest, é clicado por alguém e se esse alguém acaba indo para o site da Amazon e compra seu livro. Mas este não parece ser o tipo de comportamento que a Amazon (ou qualquer empresa que vende material na web) queira desencorajar.

Sabemos que a Amazon remove comentários de leitores que gostam de um autor e publicam avaliações em todos os livros que o autor escreve. Isso acontece porque a Amazon identifica que o leitor estabeleceu alguma relação com o autor no Facebook, e que há, portanto, uma relação externa, pessoal, entre o leitor e o autor.

O Facebook, assim como outras empresas de mídia social, fornece uma riqueza de informações sobre quem gosta de quem, quem curtiu o quê, etc. Essas informações são bastante fáceis de descobrir.

Portanto, o conteúdo da URL de um link é irrelevante para essa determinação. Esse relacionamento não está contido na URL.

Se você tem um link da Amazon na sua página do Facebook e alguém clica nele e compra o seu ebook, o problema não está na sequência da URL do link. É a informação do autor do comentário ou da avaliação, que informa à Amazon que o clique veio de sua página ou seu perfil no Facebook.

Mais Problemas

O artigo do João Fagundes afirma que o número de vezes que um link foi clicado fornece evidências de manipulação por parte do autor.

Não, isso não acontece. Meros cliques em um link são evidências de popularidade do conteúdo e do autor. Se o número de cliques por si só fosse evidência de manipulação, então autores populares sofreriam desproporcionalmente com tal sistema. Além disso, se isso fosse verdade, então nenhum autor jamais deveria usar links de associados.

Informações adicionais são necessárias para inferir uma eventual manipulação e essas informações não estão em uma URL da Amazon.

Eu acho que é muito ridículo pensar que a Amazon tomaria ações punitivas com base em dados que não identificam a conta que estabeleceu o link.

Veja o que a Amazon diz sobre sua política:

Embora incentivemos os avaliadores a compartilhar seu entusiasmo e experiência, pode haver uma linha tênue entre isso e o uso de comentários de clientes como promoção de produtos. Não permitimos que ninguém escreva comentários como uma forma de promoção e, se acharmos evidências de que um cliente foi remunerado em troca de uma avaliação, nós a removeremos. Se você tem um interesse financeiro direto ou indireto em um produto, ou se percebemos que tem um relacionamento pessoal próximo com o autor, nós provavelmente removeremos sua avaliação. Não permitimos que os autores submetam os comentários dos clientes em seus próprios livros, mesmo quando eles revelam suas identidades.

E aqui estão alguns dos itens que levam a uma remoção:

  • Um autor publica uma avaliação de seu próprio ebook, apresentando-se como um comprador imparcial;
  • Um cliente publica um comentário em troca de dinheiro;
  • Um membro da família do autor publica uma avaliação de cinco estrelas para ajudar a impulsionar as vendas;
  • Um autor posta uma avaliação positiva para outro autor em troca de receber uma avaliação positiva.

É muito, muito pouco, provável que uma URL da Amazon forneça qualquer uma dessas informações.

Não é a compra que é suspeita. A Amazon sabe quem comprou o quê. O que a Amazon está dizendo é que há um relacionamento não-comercial, pessoal, entre o autor de uma avaliação e o autor do ebook. A URL em si não fornece um indicativo de que “essas pessoas são amigas fora desta transação comercial“.

O que a Amazon faz para fins de determinar esses relacionamentos é examinar coisas como conexões entre as contas da Amazon (compartilhamento de Kindle, endereços de correspondência, etc.) ou links entre endereços de email da Amazon e possivelmente endereço de IP indicando que uma pessoa está avaliando sob múltiplas identidades.

E, ao que parece, a Amazon também analisa contas de mídias sociais (incluindo o Facebook e sites onde autores imprudentes podem obter comentários falsos, como o Fiverr.com). E a Amazon pode adotar ações legais contra esses serviços.

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